A Polícia Civil já identificou o motorista que atropelou José Luiz Soliman, 57 anos, e Marcelo da Rosa Godoy, 43 anos, na madrugada de domingo. O nome do suspeito não foi divulgado pela polícia. Soliman, que estava pilotando uma motocicleta, morreu no local. O delegado Gabriel Zanella, titular da Delegacia de Polícia da Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), disse que já existem provas indicando que os motoristas do Linea e do Honda Fit estariam praticando racha.
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Conforme o registro feito pela Brigada Militar (BM), por volta das 4h40min de domingo, a motocicleta em que as duas vítimas seguiam estava parada no sinal vermelho da Avenida Nossa Senhora da Medianeira, na esquina com a Rua Duque de Caxias. Dois veículos, um Fiat Linea de cor cinza e um Honda Fit, ambos com placas de Santa Maria, teriam descido em alta velocidade.
Testemunhas disseram aos policias que o carro cinza teria colidido contra a motocicleta, arremessando o piloto contra uma árvore. Marcelo foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e encaminhado ao Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) em estado grave. Ele segue internado em estado estável e já conversa. Conforme o Husm, Godoy teve parte do dedo amputado.
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Nesta manhã, a polícia divulgou imagens que mostram o momento em que a motocicleta é arremessada ao chão.
Segundo as investigações, o motorista do Fiat Linea abandonou o veículo após o acidente e fugiu na carona do Honda Fit, que também descia em alta velocidade. Uma das versões das testemunhas aponta que poderiam haver nove pessoas dentro do Linea. Alguns tripulantes foram ouvidos pelo delegado e relataram que já haviam pedido para o motorista reduzir a velocidade. Além disso, eles também teriam alertado que havia uma motocicleta logo à frente.
- Nós tratamos o caso como homicídio doloso, com dolo eventual (quando a pessoa, por meio de duas ações, assume o risco de matar alguém) consumado e tentado porque uma pessoa morreu e outra ficou gravemente ferida. As circunstâncias preliminares apontam alta velocidade, que ele estaria embriagado, com excesso de passageiros, fugiu e omitiu socorro - explica Zanella.
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O advogado da família de Soliman, Christiano Pretto, diz que vai pedir o reconhecimento de dolo eventual e que quer levar o suspeito a júri popular.
- A família e a sociedade estão consternadas. Tudo indica que o suspeito desrespeitou as leis de trânsito. Ele estava em alta velocidade, havia indícios de uso de bebida alcoólica e ele assumiu o risco de matar a partir do momento em que fez um racha no centro da cidade, em uma velocidade incompatível com a via. Um caso como este não pode ficar impune. Eu vou trabalhar para que seja feita justiça nesse caso.
Soliman foi sepultado na tarde de domingo, no Cemitério do distrito de Boca do Monte. A moto e o carro foram guinchados.